DIAGNÓSTICO PRECOCE DA SURDEZ NA INFÂNCIA
A audição é importante na comunicação humana. Perda auditiva na criança pode acarretar distúrbios na aquisição da fala, linguagem e no desenvolvimento emocional, educacional e social. O diagnóstico precoce de deficiência auditiva permite a intervenção e o ideal é que ambos ocorram nos primeiros 6 meses de vida. A triagem auditiva neonatal universal é recomendada pois avalia todos os recém-nascidos e não apenas aqueles com indicadores de risco para perda auditiva. Embora existam testes comportamentais para a avaliação auditiva, os exames ideais são os objetivos, tais como as emissões otoacústicas e os (EOA) potenciais evocados auditivos de tronco cerebral, pois são exames eletrofisiológicos , rápidos, não invasivos, não dolorosos ,que não dependem da participação da criança, sendo úteis em recém-nascidos e crianças pequenas. As Emissões Otoacústicas avaliam a função coclear e o BERA avalia a função auditiva até o tronco cerebral. Ambos são usados na triagem auditiva neonatal.
CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, EPIDEMIOLOGIA
A habilidade de comunicação é um traço distintivo da existência humana, sendo um dos maiores contribuintes para o bem estar de qualquer indivíduo. A audição é considerada a pedra angular sobre a qual se constrói o intrincado sistema da comunicação humana. Neste sentido, a privação sensorial auditiva na criança compromete não só a sua comunicação, mas seu potencial de linguagem receptiva e expressiva, sua alfabetização (leitura e escrita), seu desempenho acadêmico, seu desenvolvimento
emocional e social. Se a perda auditiva se dá antes ou durante o nascimento, é chamada perda auditiva congênita e se ocorre após o nascimento é chamada perda auditiva adquirida . Segundo o Comitê Brasileiro de Perdas Auditivas na Infância, a incidência de perda auditiva bilateral significante em neonatos saudáveis é estimada entre 1 a 3 neonatos em cada 1000 nascimentos e em cerca de 2 a 4 em 1000 nos provenientes de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ainda de acordo com o referido Comitê, dentre as doenças passíveis de triagem ao nascimento, a deficiência auditiva apresenta alta prevalência (fenilcetunúria 1:10.000; hipotireoidismo 2,5:10.000; anemia falciforme 2:10.000 e deficiência auditiva 30:10.000).
DIAGNÓSTICO E PREVENÇÃO DA DEFICIÊNCIA AUDITIVA
DIAGNÓSTICO E PREVENÇÃO DA DEFICIÊNCIA AUDITIVA
O futuro de uma criança nascida com deficiência auditiva significativa depende muito da identificação precoce seguida pela intervenção imediata e adequada. Os primeiros dois anos de vida têm sido considerados como período crítico para a aquisição e desenvolvimento das habilidades auditivas e da linguagem. Durante o primeiro ano ocorre a maturação do sistema auditivo central. Como mencionado anteriormente, há um consenso de que a identificação da deficiência auditiva no primeiro ano de vida assegura a aquisição e desenvolvimento de linguagem. Portanto, um atraso na detecção de uma perda auditiva pode trazer sérios danos ao desenvolvimento da criança, ou seja, quanto mais precocemente for detectada e tratada uma perda auditiva, melhor será o prognóstico do desenvolvimento da linguagem, das habilidades acadêmicas e da interação social da criança. Dentro de um programa de detecção precoce da deficiência auditiva é importante ao avaliador desenvolver um trabalho especializado que exija tanto o conhecimento do desenvolvimento normal da audição quanto do método de triagem a ser empregado. Vários procedimentos para identificação e avaliação da audição do recém-nascido têm sido aplicados como triagem auditiva neonatal. Estes podem ser divididos em dois grupos distintos: triagem auditiva comportamental (avaliação subjetiva) e triagem auditiva eletrofisiológica (avaliação objetiva). Em 1994, o Joint Committee on Infant Hearing endossa a proposta de promover a detecção precoce da deficiência auditiva e recomenda a utilização de duas técnicas fisiológicas, o BERA e as emissões otoacústicas (OEAs) .

Esta técnica representa um importante avanço na pesquisa da perda de audição em recém-nascidos normais e de risco para deficiência auditiva, sendo que o National Institutes of Health – Consensus Development Panel de 1993 recomenda a sua utilização como procedimento inicial de triagem seguida por um BERA (teste de resposta auditiva de tronco encefálico) em todos os bebês que falharem no teste de emissões otoacústicas transientes.
Triagem Auditiva Neonatal
É essencial que todos os bebês recebam testes de acompanhamento para confirmar ou excluir uma deficiência auditiva. Esse tem sido um objetivo difícil de ser atingido. O acompanhamento do desenvolvimento pode ser caracterizado por ações que visam avaliar e assistir o processo de desenvolvimento humano, através de observações periódicas. O acompanhamento deve ser multidisciplinar e passa pela avaliação de um médico otorrinolaringologista, fonoaudióloga especializada, psicóloga, acompanhamento e observação da evolução da criança deficiente por professores e pais. A criança com deficiência auditiva deverá receber precocemente um aparelho de amplificação sonoro ( AASI) ou poderá ser submetida através de uma cirurgia, a um Implante Coclear.

Nenhum comentário:
Postar um comentário